Dúbio
Dúbio
(Soneto)
Toda a minha figura não se alia,
À minha criação de Poesia!
Duvidam sempre os Homens do meu dote,
Ferindo-me hediondos a chicote.
Ter rosto trapalhão, neurastenia
Não me traz a conquista nenhum dia;
Mesmo que nunca a dádiva se esgote…
Com ela os agracie, os abarrote!
Se de letras meu rosto fosse feito…
Talvez a má infâmia se prostrasse,
Em vez de me querer triste, desfeito.
Talvez me despejasse algum respeito,
Quando no seu caminho me encontrasse,
Já que me vendo, não me vê proveito!
André Rodrigues 3/11/2014