LAMENTOS...

Lamentos...

No cansado banco que o meu corpo sustenta

Desde que me ocorrera inesquecível acidente

Mostra-me bravura a madeira que enfrenta

Intempéries e tombos iguais, ao meu indiferente!

A ruir-lhe o tempo nos encaixes torneados

A mostrar-se bambo da impiedosa labuta

Terem já caídos os pregos que eram cravados

Eis então; a nossa incansável disputa.

Vida que aos cinqüenta anos me prendera

Sem sombra de dó me fizera um forte

Mostrar feliz inda que lágrima correra!

Impera sobre nós uma teimosia um esporte,

Prostrando-me a retalhar com esmero,

que a vida começa quando chega a morte.

Barrinha,02 de novembro de 2014

antonioisraelbruno
Enviado por antonioisraelbruno em 02/11/2014
Código do texto: T5020750
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