LAMENTOS...
Lamentos...
No cansado banco que o meu corpo sustenta
Desde que me ocorrera inesquecível acidente
Mostra-me bravura a madeira que enfrenta
Intempéries e tombos iguais, ao meu indiferente!
A ruir-lhe o tempo nos encaixes torneados
A mostrar-se bambo da impiedosa labuta
Terem já caídos os pregos que eram cravados
Eis então; a nossa incansável disputa.
Vida que aos cinqüenta anos me prendera
Sem sombra de dó me fizera um forte
Mostrar feliz inda que lágrima correra!
Impera sobre nós uma teimosia um esporte,
Prostrando-me a retalhar com esmero,
que a vida começa quando chega a morte.
Barrinha,02 de novembro de 2014