A MADEIRA
Seca e exposta ao calor do sol dourado,
Os vermes dentro dela, a comem quase
Toda, como uma dívida na base
Da presença do tempo inesperado.
E nesta erva de chão espedaçado,
Ela fragmenta-se na sua fase
Destrutiva, e depois que o corpo abrase,
O fogo forma-a em vento chamuscado.
A morte natural expressa o fim
Desta jornada, de árvore sem vida,
Como uma imposição do tempo assim...
A soberana força da partida
Nunca pode evitar o mais ruim
Da erosão da matéria adormecida.
Ângelo Augusto