TANTO FAZ

Eis que, de novo, se faz a encruzilhada.
Propõe escolhas. Nas folhas da estrada
que outona, resvalo. Outra curva,
ou mera ilusão. Minha visão turva!

Te olho deusa. Nem sonhar preciso,
fico a arrancar as pétalas do narciso
que um dia foi meu coração perdido.
Avanço, sem mesmo ter decidido

se um dia te amei ou apenas fiquei
atrapalhado em razões de amar:
talvez simples decisões que nem sei

se tomei consciência. Fui mar de chamas
e emoções, para contigo poder ficar
e, afinal, ouvir em dúvidas se me amas.