Mesmo sem Vida
Mesmo sem Vida
(Soneto)
Não posso acreditar no que me dizem,
Por mais que mo repitam, gritem, frisem!
Tu não morreste! Não, tu não morreste!
Apenas a teu corpo não volveste.
Não vou deixar que em mim te finalizem,
Nem que essa realidade concretizem.
É só um pesadelo… tempo agreste,
Este em que não existes, te escondeste.
Eu sei que tu me observas escondida,
Mesmo não mais te vendo, como à gente.
Eu sei que tu me vês mesmo sem vida!
Meu coração assim o diz e sente,
Quando aqui vens olhar-me, foragida
Desse lugar distante… tão silente.
André Rodrigues 29/10/2014
(Poema Fictício, porém... dedicado a todos os que já passaram pela perda física, mas ganharam a constante presença mística de alguém que lhes era próximo; e mais do que isso sabem, que essa presença existe e não é afastada pelas palavras dos descrentes da sua sensibilidade. Em suma, só para aqueles que sabem do que estes versos falam).