DE AMOR SE MORRE, E DELE SE VIVE
Ferido e gélido de dor, solto o meu grito,
E, dentro do meu peito, o sangue escorre;
Por tua causa fui feliz! Hoje vejo-me aflito,
Pois, de amor se vive, e de amor se morre.
Aperto neste peito um coração, hoje ferido,
Mas, aperto com tal jeito...E sabe por quê?
Apesar da dor, há nele um rosto tão querido,
Como apertá-lo forte? Dentro dele está você!
De amor se vive. E, dele também se morre!
E, dentro deste meu peito o sangue escorre,
Tinta d’um coração que na dor quase agoniza;
Se, de amor se morre, de amor também se vive!
E, do teu adeus, este coração ferido sobrevive,
E, no escorrer da tinta, nosso amor se eterniza!