DE AMOR SE MORRE, E DELE SE VIVE

Ferido e gélido de dor, solto o meu grito,

E, dentro do meu peito, o sangue escorre;

Por tua causa fui feliz! Hoje vejo-me aflito,

Pois, de amor se vive, e de amor se morre.

Aperto neste peito um coração, hoje ferido,

Mas, aperto com tal jeito...E sabe por quê?

Apesar da dor, há nele um rosto tão querido,

Como apertá-lo forte? Dentro dele está você!

De amor se vive. E, dele também se morre!

E, dentro deste meu peito o sangue escorre,

Tinta d’um coração que na dor quase agoniza;

Se, de amor se morre, de amor também se vive!

E, do teu adeus, este coração ferido sobrevive,

E, no escorrer da tinta, nosso amor se eterniza!

Amarildo José de Porangaba
Enviado por Amarildo José de Porangaba em 28/10/2014
Código do texto: T5015202
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