A um Pardal
A um Pardal
(Soneto)
Matei-te, meu pardal puro, inocente!
Minha consciência agora culpa sente,
Por te ver trucidado… assim rendido,
Com o corpo disforme sem sentido.
Se ao menos eu pudesse ser potente…
Ser criador da dádiva imponente;
De vida te faria revestido,
Para da morte te ires não vencido!
Peço desculpa pássaro selvagem,
Outro caminho não se quis mostrar!
Dele, só consegui uma miragem.
Agora… estás inerte, a gangrenar,
E só me resta ler-te esta homenagem,
Porque não vais nos céus jamais voar!
André Rodrigues 27/10/2014