Casa Mal-assombrada

De repente percebi tantos morcegos;

Vi sombras que pareciam vir do além.

Vi espectros soltos sem serem pegos,

Coisa que importuna e muito aquém.

Senti cadeiras se virarem contra mim

E vi janela que escancarava e sozinha,

Assisti as portas gargalhando carmim

Escutei voz que não sei de onde vinha.

Em casa mal-assombrada quase me fiz

Por aceitar em mim o que amedronta,

Tanta gente sinistra que me fazia tonta.

Limpei sótãos e porões, assim eu quis.

Arregacei mangas; tirei poeira funesta,

Alma limpa: ninguém se mete a besta.

Uberlândia MG

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Raquel Ordones
Enviado por Raquel Ordones em 26/10/2014
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