"Num mundo que se faz deserto, temos sede de encontrar um amigo." Saint-Exupéry
Reencontro
Vagava só, no meio do deserto,
a procurar a alma de um amigo,
que se mudou pro céu, no tempo antigo,
mas que dava sinais de estar por perto.
Num sem fim de areia, o chão coberto,
o suor empoçado no umbigo...
passo a passo a cavar mais um jazigo,
me quedei, finalmente, boquiaberto:
lá estava, de pé, em carne e osso,
apesar de morrido ainda moço,
meu amigo, perfeitamente são.
De repente o deserto fez-se mar,
meu coração se pôs a navegar...
e hoje sou mais um barco sem timão.
Quando se está só na multidão,
até o coração sai do lugar.
Reencontro
Vagava só, no meio do deserto,
a procurar a alma de um amigo,
que se mudou pro céu, no tempo antigo,
mas que dava sinais de estar por perto.
Num sem fim de areia, o chão coberto,
o suor empoçado no umbigo...
passo a passo a cavar mais um jazigo,
me quedei, finalmente, boquiaberto:
lá estava, de pé, em carne e osso,
apesar de morrido ainda moço,
meu amigo, perfeitamente são.
De repente o deserto fez-se mar,
meu coração se pôs a navegar...
e hoje sou mais um barco sem timão.
Quando se está só na multidão,
até o coração sai do lugar.