A rosa e Espinosa
O filósofo Baruch de Spinoza ou Benedito de Espinosa nasceu em Amesterdã, Holanda, em 1632 e morreu de tuberculose em Haia, aos 44 anos, em 1677.
Vítima da intolerância religiosa por suas ideias filosóficas, Espinosa foi punido em 27 de julho de 1656 pela Sinagoga Portuguesa de Amesterdã com o ‘chérem’ (banimento) equivalente hebraico da excomunhão católica. O excerto a seguir foi tirado do verbete Baruch Espinoza da Wikipédia: “A grande inovação da ética de Espinoza foi que, nela, a razão não se opõe aos afetos, pelo contrário, a própria razão é um afeto, um desejo de encontrar ou criar oportunidades de alegria na vida e de evitar ou desfazer ao máximo as circunstâncias que causam tristeza [...] A ética de Espinosa é a ética da alegria. Para ele, só a alegria é boa, unicamente a alegria nos leva ao amor (que ele define como a ideia de alegria associada a uma causa exterior) no cotidiano e na convivência com os outros, enquanto a tristeza é sempre má, intrinsecamente relacionada ao ódio (que ele define como a ideia de tristeza associada a uma causa exterior), a tristeza é sempre destrutiva para nós e para os outros.”
Como nos parece que hoje – mais de 350 anos depois da cruel punição imposta a Espinosa – estamos, no Brasil e no mundo, frente a um recrudescimento da intolerância e do ódio por razões banais e de preconceito, julgamos oportuno refletir sobre o tema com o soneto
A rosa e Espinosa
Espinosa, o filósofo contente,
nos revelou que a vida venturosa
é só a vida vivida livremente,
liberta da amarra supersticiosa
que toma por culpado o inocente
e venera a mentira venenosa.
Ao fim da dualidade corpo e mente,
a trilha do pensar fica espinhosa
pois rosa, antes de rosa foi semente,
mas nem toda semente se fez rosa.
Ao desmistificar-se o inconsciente,
conforme pensamento de Espinosa,
se antecipou naquela rosa ausente
o vermelho da rosa mais viçosa.
(Publicado originalmente no www.algoadizer.com.br edição nº 81 de junho de 2014).
O filósofo Baruch de Spinoza ou Benedito de Espinosa nasceu em Amesterdã, Holanda, em 1632 e morreu de tuberculose em Haia, aos 44 anos, em 1677.
Vítima da intolerância religiosa por suas ideias filosóficas, Espinosa foi punido em 27 de julho de 1656 pela Sinagoga Portuguesa de Amesterdã com o ‘chérem’ (banimento) equivalente hebraico da excomunhão católica. O excerto a seguir foi tirado do verbete Baruch Espinoza da Wikipédia: “A grande inovação da ética de Espinoza foi que, nela, a razão não se opõe aos afetos, pelo contrário, a própria razão é um afeto, um desejo de encontrar ou criar oportunidades de alegria na vida e de evitar ou desfazer ao máximo as circunstâncias que causam tristeza [...] A ética de Espinosa é a ética da alegria. Para ele, só a alegria é boa, unicamente a alegria nos leva ao amor (que ele define como a ideia de alegria associada a uma causa exterior) no cotidiano e na convivência com os outros, enquanto a tristeza é sempre má, intrinsecamente relacionada ao ódio (que ele define como a ideia de tristeza associada a uma causa exterior), a tristeza é sempre destrutiva para nós e para os outros.”
Como nos parece que hoje – mais de 350 anos depois da cruel punição imposta a Espinosa – estamos, no Brasil e no mundo, frente a um recrudescimento da intolerância e do ódio por razões banais e de preconceito, julgamos oportuno refletir sobre o tema com o soneto
A rosa e Espinosa
Espinosa, o filósofo contente,
nos revelou que a vida venturosa
é só a vida vivida livremente,
liberta da amarra supersticiosa
que toma por culpado o inocente
e venera a mentira venenosa.
Ao fim da dualidade corpo e mente,
a trilha do pensar fica espinhosa
pois rosa, antes de rosa foi semente,
mas nem toda semente se fez rosa.
Ao desmistificar-se o inconsciente,
conforme pensamento de Espinosa,
se antecipou naquela rosa ausente
o vermelho da rosa mais viçosa.
(Publicado originalmente no www.algoadizer.com.br edição nº 81 de junho de 2014).