Flor da inocência
Edir Pina de Barros

 

Onde andará o amor? Tu me perguntas

com inocência exposta no teu rosto...

E responder quisera, por suposto,

olhos nos olhos, nossas almas juntas.

 

E fico muda quando assim me assuntas,

porque colhi do amor voraz desgosto,

tornei-me um rio com o leito exposto,

tamanha a minha mágoa e dor conjuntas.

 

Enquanto sonhas sonhos de menina,

minha descrença cresce e me amofina

no tempo em que a saudade em mim avança.

 

Ao ver nos olhos teus demais candura,

meu desalento aumenta e me tortura

por ter perdido a luz dessa esperança.


 
Brasília, 23 de Outubro de 2014.

Absinto e Mel, página 91
Sonetos selecionados, pg. 122

Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 23/10/2014
Reeditado em 16/11/2023
Código do texto: T5009196
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