SEM HIPÓTESE
Se vivo estou, é como não esteja,
Porque sinto-me morto pelo azar
Que na vida me tira o puro ar
Da esperança que a minha alma deseja.
Já que é na podridão que a morte beija
Os meus cansaços da alma sem um lar,
E por isso ela tende a me acabar
Com tudo o que de bom assim me seja!
A morte está nos dias enfadonhos,
E acaba assim com todos os meus sonhos,
Mesmo a lutar com a mente poderosa...
Mas mais poder a morte ostenta em mim,
Que por mais que a alma lute até ao fim,
Ela vive a morrer de esperançosa.
Ângelo Augusto