Os cais do coração
Os cais do coração saudades guardam,
Que a mente bem as sabe e conhece,
Os ventos da lembrança nunca tardam,
E a vida solitária ao porto desce.
As ondas não são fogo, ainda que ardam,
No peito saudosista, que entristece,
O barco da esperança elas retardam,
Na bruma do olhar desaparece.
Quem dera essa saudade embora fosse,
E a vida então trouxesse, com vigor,
Ao peito a alegria, que é tão doce,
Não mais ao coração viesse a dor.
Persiste um sentimento agridoce,
Ao damos o nome de amor.