FACA AMOLADA
Seguro firme, na mão, faca amolada
Não para cortar os teus ardentes sonhos
Ou, sem senso algum, para brigar contigo —
— Longe de mim atos tão bisonhos
Seguro a faca para colher as flores
Que nos jardins enfeitam belos campos
E, queiram ou não, vão enfeitar amores
Que algum dia irão falar distantes
Seguro a faca, a faca perigosa
Que é capaz de coisa tão nefasta
E para uma briga, justo um grito basta
A faca corta as flores no jardim
E diz que o amor ainda brota em mim
E a vida arde, vibra, grita e goza
© Fernando Tanajura