Voar

Por entre selvas, bosques e ninhos,

Saia, de manhã, anunciando a aurora

Ao mais triste rio, que a solidão chora,

Até o mais simples e belo rebanho.

Era o mais forte e livre passarinho,

Porém, por entre as sombras da flora

Minha alma já não via a derradeira hora

Em que deixaria de entoar o canto sozinho.

Em uma noite, o qual a floresta dormia,

Eu a vi, oh minha bela, pobre encantada

Esperando que pro mundo fosse acordada.

E eu, sabendo que a sorte pra mim sorria,

Toda a coragem no meu peito reuni

Para o seu nome, no fim, não cantar.

Vinicius Marques
Enviado por Vinicius Marques em 18/10/2014
Código do texto: T5004001
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