Voar
Por entre selvas, bosques e ninhos,
Saia, de manhã, anunciando a aurora
Ao mais triste rio, que a solidão chora,
Até o mais simples e belo rebanho.
Era o mais forte e livre passarinho,
Porém, por entre as sombras da flora
Minha alma já não via a derradeira hora
Em que deixaria de entoar o canto sozinho.
Em uma noite, o qual a floresta dormia,
Eu a vi, oh minha bela, pobre encantada
Esperando que pro mundo fosse acordada.
E eu, sabendo que a sorte pra mim sorria,
Toda a coragem no meu peito reuni
Para o seu nome, no fim, não cantar.