Introspecção
O sol, de barbas fulvas, lambe o céu,
com sua falsa língua colorida,
enquanto passo a limpo a minha vida
num branco guardanapo de papel.
Não fosse eu um tolo menestrel,
poeta por capricho do acaso,
e trocaria a chave do Parnaso
por um pingo de tinta e um pincel..
A primavera grita: é verão!
O sol, dileto amigo do perdão,
esboça o seu sorriso mais antigo.
E eu, por uma fresta do telhado,
vejo um botão de flor amarelado,
que tento, em vão, colher e não consigo!
A flor que, embora murcha, está comigo,
a perfumar lembranças do passado.
O sol, de barbas fulvas, lambe o céu,
com sua falsa língua colorida,
enquanto passo a limpo a minha vida
num branco guardanapo de papel.
Não fosse eu um tolo menestrel,
poeta por capricho do acaso,
e trocaria a chave do Parnaso
por um pingo de tinta e um pincel..
A primavera grita: é verão!
O sol, dileto amigo do perdão,
esboça o seu sorriso mais antigo.
E eu, por uma fresta do telhado,
vejo um botão de flor amarelado,
que tento, em vão, colher e não consigo!
A flor que, embora murcha, está comigo,
a perfumar lembranças do passado.