Das coisas incertas a única certeza é Deus.

Passam-se as horas, os meses, os anos,

Nisto cada semblante perde a graça;

Todo bem humano se transpassa

E restam, senão, os desenganos!

Males se conjuram com os danos;

A desgosto; à magoa; à desgraça!

Bens; prazeres ledos; tudo passa,

Que há, enfim, o regimento aos humanos.

Por sua vez tudo se gasta no mundo

Eterno nada é tudo fenece,

Nada é seguro, me asseguro nisto.

Mas em bens mundanos não me fundo,

Porque, enfim, uma só razão me enobrece:

Eterno mesmo tão-somente CRISTO!