Guerra suja

Eu imagino a dor que sente um pai

quando vê o seu filho perecer

inocente, nas mãos de um opressor

que morteiros dispara ao bel-prazer.

Imagino a angústia de uma mãe

que, impotente, vê seu filho partir

pr’além-mar, pr’uma guerra fratricida,

e seu choro de dor não faz ouvir.

Não se ouvem os choros das crianças,

não se escutam os soluços de seus pais;

bem maior é o barulho dos canhões.

Vê-se apenas, estampado nos jornais,

o dizimar de muitas esperanças

na guerra suja que travam essas nações.