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UM HERÓI D’ABOLIÇÃO* [533]
 


No panteão dos meus heróis, elejo
um, dentre os quais, intrépido, o primeiro,
já por ter sido um simples jangadeiro,
porém audaz, feliz em seu desejo.
 

Ele, Dragão do Mar, bravo guerreiro
que liderou motins, e assim o vejo:
o que fechou o mar às naus, no ensejo
d’afros partirem para o cativeiro.
 

Um símbolo das lutas libertárias,
Dragão do Mar, valente, sem bravatas,
com seus iguais, galgou façanhas várias.
 

Do mar cerrou portões à tirania,
venceu caprichos dos escravocratas
– d’Abolição foi como a estrela guia.
 

Fort., 11/10/2014.
 
 
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(*) Francisco José do Nascimento (1839-1914), cearense de Canoa Quebrada, Aracati, o «Dragão do Mar», assim apelidado pelo escritor Aluísio Azevedo, em razão de ele haver encabeçado movimento, em 1884, quatro anos antes da Lei Áurea, para que não mais fosse embarcado nenhum escravo para as estâncias do sul e do sudeste do País. O movimento do “Chico da Matilde”, alcunha doméstica do revolucionário, foi vitorioso. Em 25 de março do mesmo ano, a escravatura era alforriada, em Redenção, CE, o primeiro município brasileiro a libertar os seus escravos.
Gomes da Silveira
Enviado por Gomes da Silveira em 11/10/2014
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