PELOS VÃOS
E da loucura que atingiu com corte
a alma doida que esse corpo habita
sangrou, sangrou até a quase morte:
eis a demência em vitimar-se aflita
De tão aflita, perdeu o rumo, o norte,
o vento e a brisa que possibilita
a calma, a paz e, novamente, a sorte
do contraponto e, nesse mar, se agita
Se agita em drama que nauseia a alma
deixando o coração posto na palma
da mão que treme sem guardar segredos
Segredos vistos, a alma põe-se exposta
onde as perguntas, sem terem respostas,
escorrem sempre pelos vãos dos dedos
PELOS VÃOS – Lena Ferreira –