Rasgada

E nos retalhos desse meu corpo - sem o gozo -

De não sentir mais o indelével e etéreo

Bem antes de um céu repleto de aves em coro

E de dizer adeus aos tantos ventos aéreos

E que me importa se eu não mais o tiveres ?

Já que rasgaste-me por dentro e por fora

Meus meios meus vãos... talhos afora

Há horas em que a raiva me invade - vês -?

Não deixo marcas na tua pele e nas tuas partes

Só a involuntária parte aonde sequei-te ....

Na minha língua molhada - onde pequei -

E se flagelo-me desgovernada - odeio-me -

Não tenho abrigo, não tenho morada... nada

Refaço meu caminho e me rasgo atada

(pensando na tua faca bem amolada...)

Kathmandu
Enviado por Kathmandu em 08/10/2014
Reeditado em 09/10/2014
Código do texto: T4991484
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