AVESSO

Tu via um zumbi nojento
De rugas, sem pelos ao vento,
Porém do avesso eu virei
E o interior... te mostrei.

Escultastes a voz da fascinação
Quem ama o feio e a aberração?
Monstro era doce numa verdade nua
Paixão exposta, carne viva e crua.

Encantou-se com a criatura,
O sentimento exposto tu vistes,
E nua no quarto... se convenceu.

Deleitou no oculto ser que fulgura
O genuíno amor tu sentistes,
E viu... que o meu avesso era eu.
Wotson de Assis
Enviado por Wotson de Assis em 05/10/2014
Reeditado em 07/10/2014
Código do texto: T4988588
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