Mel
 
Se desejar provar do amargo fel que prove!
Jamais o provarei, pois gosto de doçura,
um pouco de malícia e muito de candura,
o mais sincero amor, que a paz, em si, promove.
 
E não preciso, não, que alguém me aplauda, aprove,
andejo mundo inteiro, a procurar ternura,
e beberei do mel, da rosa bela e pura,
escolho sempre assim,  o belo me comove.
 
Enfim, prosseguirei na minha vida afora,
a procurar amor, como eu procuro agora
buscando, sempre luz, sentidos do viver.
 
Se alguém produz a dor, ao destilar seu fel,
amargo ficará, jamais terá o mel
que tudo regenera, adoça a ira, o ser.

Brasília, 04 de Outubro de 2014.

Livro: Absinto e Mel, pag. 17
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 04/10/2014
Reeditado em 05/08/2020
Código do texto: T4986767
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