O SONETO E O APRENDIZ
Eu escuto o chamado do soneto.
Numa noite de inverno ao lado senta,
Ensina suas regras e me orienta
A primeiro escrever este quarteto.
Conta do seu valor e eu lhe prometo
O segundo quarteto. E me apresenta
A história do soneto e se acrescenta
O derradeiro verso do quarteto.
E deste aprendizado já arrisco,
Dou voz à inspiração por conta e risco:
Terceto inicial deste tesouro.
Acorda a última estrofe, lá do aprisco,
Este último terceto que rabisco
E sopra-me o soneto a chave de ouro.