SONETO DA INVERDADE
Tentar confundir os que não se confundem,
Leva-os à excreção de vossas razões.
Porque mesmo no suplício de nossas vozes,
Canta-se a verdade que em vós se faz dor.
E de que adianta as canções de refinado teor,
Se o vosso lirismo flui de contravenções...
Confundindo a si próprios, atores atrozes,
Que encenam a mentira na casa do bem.
Porque amar por amar será sempre caridade
E a vida se faz num cantinho de paz,
Que não se confunde jamais com impor.
Porque falar do coração por vaidade,
É como plantar semente fértil: incapaz
De fazer brotar a bondade do Amor.