Tu, Netuno

Não penses que sou apenas pranto

Mas o tanto de heras estranhas

A implantarem-se pelo meu corpo

E tanto ao mar - minhas entranhas

Quero evitar todas as formas de sins

De não mutilar as minhas águas - na dor -

E - sangro nua - sem nenhum pudor -

Não amargas-me mais a mim, pois sim!

Não me saciaste a fome e nem a sede

Mas ao meu leito não deves permanecer

Profanaste meu prazer - e não hei de te beber

Sangras-me com o seu tridente, Netuno

E caias embainhado na tua baderna

E suma de vez do meu mundo

Kathmandu
Enviado por Kathmandu em 01/10/2014
Código do texto: T4983013
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