Tu, Netuno
Não penses que sou apenas pranto
Mas o tanto de heras estranhas
A implantarem-se pelo meu corpo
E tanto ao mar - minhas entranhas
Quero evitar todas as formas de sins
De não mutilar as minhas águas - na dor -
E - sangro nua - sem nenhum pudor -
Não amargas-me mais a mim, pois sim!
Não me saciaste a fome e nem a sede
Mas ao meu leito não deves permanecer
Profanaste meu prazer - e não hei de te beber
Sangras-me com o seu tridente, Netuno
E caias embainhado na tua baderna
E suma de vez do meu mundo