Inocência
Edir Pina de Barros

A consternada lágrima de amor
escapa de seus olhos de menina,
fremente, sorrateira, cristalina
gota de orvalho no seu rosto em flor.

E escava o seu caminho e peregrina
em sua tez, de mais profundo alvor,
roubando-lhe, do olhar, a luz, candor,
e assim a dor ao mundo descortina.

Primeiro amor! Ai! Sonhos! Inocência!
Um roseiral em plena florescência
no viço do esplendor primaveril.

O fim de tudo! A lágrima no rosto,
que brota de seu íntimo desgosto
de conhecer, do sonho, o lado hostil.
 
Brasília, 30 de Setembro de 2014.

Absinto e Mel, pg. 69
Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado)
Enviado por Edir Pina de Barros (Flor do Cerrado) em 30/09/2014
Reeditado em 06/08/2020
Código do texto: T4981984
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