Meu garoto: ainda que eu não soubese
Bravio, destemido feito potro novo,
Qual bezerro arisco que não cai no laço,
Sempre dócil pinto que respeita ovo,
D’onde saíra pra enfrentar mundo aço.
Mal abrira os olhos, dele tomei posse,
À vez da mãe que lhe faltara, sem sorte,
De formá-lo homem que um dia lhe fosse,
Sustê-la no prazo que antecede a morte.
De sempre se observa no teu sorriso,
Franqueza d’alma, lisura mais que infinda,
Marcas do caráter que lhe molda ainda.
Mostrar-lhe as trilhas (mais) já não é preciso,
Eis que aventurança lhe propende linda,
Dos males e infortúnios também o blinda.