COMO UMA ROSA

“ Queixo-me ás rosas, mas que bobagem,
As rosas não falam,
Simplesmente as rosas exalam
O perfume que roubam de ti...”
                                                                      Cartola
As flores poderão compreender
A amargura desta minha poesia.
Afinal, todo seu tempo de viver,
É efêmero como a minha alegria.

Feitas para proporcionar prazer,
Elas nascem ao romper a aurora
Para, depois, murchar e morrer,
Quando a luz do sol vai embora.

Meu amor foi a flor que brotou,
Com direito a um só dia de vida,
E só por isso tão cedo murchou;


Ela nasceu numa manhã gloriosa;
Á tarde já estava tão combalida,
Como se fosse u'a delicada rosa.