A VOZ DO SANGUE
No devir de uma História sem idade
Mostra a experiência do género humano
Que em três seres há um que é tirano
Sempre pronto a usar de iniquidade.
A vil razão odeia a contrariedade
E o instinto corporal conduz ao dano
Na vã cegueira de um crime insano
Que à alma leva as trevas e a maldade.
Há cabeças tiranas repelentes
E há cabeças cortadas inocentes
Numa farsa de um mundo teatral…
E onde é que se escondem os mentores
Deste rio de sangue e de horrores
Escravos da miopia infinital?
Os mentecaptos desta desarmonia,
Estando ébrios da sua tirania,
Negam a voz do sangue e a alheia dor…
Mundo, ó Mundo, até quando o estertor?
Frassino Machado
In JANELAS DA ALMA