AO CAIR DA FOLHA
A minha alma ao cair da folha fica
Mais leve, mais suave e mais liberta
Do vazio que o mal me significa,
Tal e qual a uma ilha já deserta.
O cheiro a outono sempre me radica
Os males desta vida tão incerta,
Como algo que o futuro assim indica
A vinda de um amor de porta aberta...
E a esperança imortal invade o peito
De um jeito que parece tão perfeito,
Fruto dos bons caminhos das escolhas.
E assim respiro o puro ar das plantas,
E refresco o meu corpo em águas santas,
Renascendo ao cair das secas folhas.
Ângelo Augusto