COISAS SIMPLES
Contemplo em ti as simplicidades que trazes,
As que te brotam ao acaso e sem esperas,
E tão libertas junto às coisas que tu fazes
Que tanto encantam e me enchem de quimeras.
Quando olho para ti os teus frouxos sorrisos,
Os preciso para soltar os meus retidos,
Há tempos atravancados e indecisos
Pelos falsos lacres de amores comedidos.
Se me forem somente por algum momento,
Ou porque de ti saem por mera natureza,
Serão eternos para o meu contentamento.
Possa eu transformar teus risos em ternura
E tão simples os faça e com tal nobreza
Pra que eu viva quando nada mais perdura.