MEU BRAÇO

Olho meu braço e o reconserto,
como olho detidamente minha vida:
a luta, a vitória, o desacerto.
Olho a estrada, a rosa, flor devida.

A quem mesmo deveria mandar
aquela rosa? Recebo-a pelo correio.
Fico feliz. Nada poderá estar
melhor. Das rusgas, fiquei no meio.

Meu coração nada sabe do braço.
Meu braço foi o descuido da morte.
Tudo foi assim de afeto escasso.

Então, olho o braço e olho a ferida
curada. Disso tudo haverá um norte
a me falar da precoce despedida.