Soneto do amor letal
Que direi do amor, honestamente
Já que dele, me afastei apavorado?
Pois no peito, rego um vale descampado
Só por tê-lo consentido, ingenuamente.
Se do amor, a ferida não se sente,
E o cativo, se contenta extasiado
E se deleita, o sofrente, enamorado
Por que sofro de amor tão tristemente?
Só o mal do amor, em mim, sentido
Me fez desejar medonha sorte
Resigno-me do amor não obtido,
Não ganhei amante, nem consorte
Mas, se desse mundo vil, parto, sofrido
Logo me amará a amiga morte.
Edsongs, Set. 2014