A TELA DA ALMA

Se eu pintasse a tristeza desta vida

Numa tela, a cor negra já seria

A dominante, em falta de alegria,

No pranto de esperança adormecida!

A tela assim teria a tal sofrida

Face minha, de vida em sintonia

Com os pecados da minha rebeldia

E os anseios da alma nunca ouvida.

Os olhos meus só têm os desencantos

Das minhas cinzas, vindas desta terra,

Na qual caminho sem a leda sorte.

Pois os cansaços já são mesmo tantos,

E a luta mais parece ser a guerra

Entre o meu grande sonho e a minha morte!

Ângelo Augusto

Ângelo Augusto
Enviado por Ângelo Augusto em 21/09/2014
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