Sapato de verniz
Ouvi o bater na porta, caminhei e fui abrir
Rosa e perfume surgiram em minha frente
Por detrás delas, eu vi o seu perfeito sorrir
Lindos pensamentos varreram minha mente.
Jogada naquele lençol, macio como algodão
O perfume de lavanda, baralhando se à pele
O palpitar célere e desordenado do coração
Sua figura de pé, não exista quem não gele.
Um beijo, as mãos pelo corpo a escorregar
Um gemido, um arrepiar, e roupas no chão
Gostos, cheiros, e desatinos soltos pelo ar.
Debruçados no extermínio dessa saudade
Com lençóis alvos e amassados eu sou feliz
Inerte, coberta só com meu sapato de verniz.
Uberlândia MG
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