Sapato de verniz

Ouvi o bater na porta, caminhei e fui abrir

Rosa e perfume surgiram em minha frente

Por detrás delas, eu vi o seu perfeito sorrir

Lindos pensamentos varreram minha mente.

Jogada naquele lençol, macio como algodão

O perfume de lavanda, baralhando se à pele

O palpitar célere e desordenado do coração

Sua figura de pé, não exista quem não gele.

Um beijo, as mãos pelo corpo a escorregar

Um gemido, um arrepiar, e roupas no chão

Gostos, cheiros, e desatinos soltos pelo ar.

Debruçados no extermínio dessa saudade

Com lençóis alvos e amassados eu sou feliz

Inerte, coberta só com meu sapato de verniz.

Uberlândia MG

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Raquel Ordones
Enviado por Raquel Ordones em 20/09/2014
Código do texto: T4969602
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