CHUVA INQUIETA, MEUS VERSOS
A chuva inquieta que por esta terra cai
E antecede o outono em tons de sol e dó
Clama por mim na fina liquidez do pó
Lavando a mágoa da incerteza que se esvai.
O seu caudal intermitente me atrai
Deixando-me cismar amargurado e só
Num ´stranho remoinho d´ inquietante mó
Entre esta espada e a parede que contrai.
Vou e venho na indecisão que m´ entristece
Não sabendo s´ escreverei mais estes versos
Salvaguardando a sua forma e conteúdo…
Eles vêm até mim qual chuva que acontece
Batendo à minha porta em toques tão diversos
Que abrem a minha alma em aturado estudo.
- Chuva tremenda, deste irreverente verão,
Não aprofundes mais esta inquietação!
Frassino Machado
In MUSA VIAJANTE