A VOZ DO SERESTEIRO

Trago nos pés a poeira desta estrada,

Dos dias tristes e do andar sem direção,

No coração e na alma enamorada

O solitário cantar desta emoção.

Paisagens reprisadas tão sozinhas,

Como os que se foram em paz na escalada

Jeito cruel da paixão que me deprime

Vivo as memórias de antigas caminhadas.

São as lembranças que me antecederam,

Nas fendas do olhar de solitário forasteiro,

Na cor sombria e cinzenta da visão que chora.

Da experiência e do tempo trago a tez cansada,

No soluçar da viola em perdidas madrugadas

Nas noites frias vejo a vida estraçalhada.

CRS 22.05.07