Fedelho do Vimeiro
Fedelho do Vimeiro
(Soneto)
Com um depreciar protuberante,
Decidiu que de um reino agora é dono;
Coroa ele não tem, nem sequer trono,
Mas gosta de opinar num tom jactante.
Tempestivo há-de vir, o seu abono,
Quando voltar a ter o dia errante;
Que lhe irá perfurar o ar arrogante,
Até que nem descanso tenha em sono.
Não sei quem o informou que é dianteiro,
Mas a bazófia fede e tem mau cheiro,
Faz-me tonturas, ganas de o calar!
Não respeita ninguém que é seu parceiro,
O embirrante fedelho do Vimeiro,
Que tanto anda a pedir para o espancar!
André Rodrigues 17/09/2014