PRECIOSA
Não quero dizer nem posso, que é como a nuvem branca
Posto que é céu, dos dias de tempestades
Que é portão aberto, que sem ferrolho nem tranca
Que tem passagem livre, como convém às Potestades!
Com o lábio rubro e as melenas em fogo
Rainha sanguínea, gênia felina, angélica quimera
Que se espalha no leito, como nos campos o sorgo,
Em beijos calcinantes desfaz e repõe, transcende e reverbera!
Ave rara colorida, diáfanas plumas de desejo
Uma jaguatirica albina, com garras de pantera e olhos de menina
Teu riso é o canto com que crias a fantasia e teu grito, desfaz mundos e rasga sonhos
Cada gota de tua divina essência é como o raro, cintilante e ambarino poejo
Provoca a dor atroz e a morte, em teus fados medonhos
Mas traz cura, refresca e purifica a todos, o que é tua mais nobre sina!