Soneto De Perdição
Eu, que me lanço à saudade de mim,
Espalho flores nos cantos vazios
Da minha sala de amargas lembranças;
Flertando com a solidão sem fim.
Refletindo a morte no antigo rio,
Afogo-me nas mesmas desconfianças
Que adulteraram o meu ser assim:
Acorrentado, frio e sem bonanças...
Desesperançoso de esperançar,
A escuridão que clareia a noite
Nos candelabros do templo do amor.
À loucura do louco, o vil acoite
Que rasga a alma e que expõe a dor
No peito de quem nunca soube amar.