NOSSA ODE A CHICO MENDES
Sobre a seca terra vermelha, no reflexo do cáustico sol,
Um Sabiá laranjeira já agoniza pelo arrebol!
De canto tão castigado qual o cenário emergente
Sabiá de primavera canta inverno a toda gente!
Soa ao herói Chico Mendes a mesma saga aflitiva
Que tomba ao chão doente toda a floresta querida!
A tragédia que ainda consome a natureza ofegante...
A saga da mão da cobiça de tanto descaso, gigante!
Sabiá chora o rescaldo do verde decapitado
Do solo que outrora já fora o nosso mundo encantado!
Do Boto do Amazonas que grita sua adversidade
De ser isca do anzol da inconsciência selvagem!
Em ode a Chico Mendes Sabiá só chora assustado:
Sem folego para ressonar o seu canto desvitalizado...