Ouvidar-te
Quando eu te busquei, era como um beduíno no deserto...
Perdido, cansado e com sede, não encontrava o caminho certo!
Andava em círculos e mesmo atordoado andando assim a esmo,
Resolvi então que te procuraria enfim, dentro de mim mesmo...
Mergulhei, em introspecção nunca antes por mim imaginada!
Mas, logo desisti, colocando-te assim, como uma página virada.
Recolhi-me à minha insignificância... Apenas um sonhador...
Poeta que se ilude, sofrendo por querer, sempre a mesma dor!
E mesmo, nesse deserto de desamor, a companhia é tão somente,
O sol causticante da ilusão, a lua imperfeita da própria loucura...
As estrelas brilhantes das saudades e areia insuportável, quente,
A queimar, não só o coração, mas a alma desiludida que procura!
Enlouqueci em plena juventude, brigando com meus fantasmas...
Na miragem de infernal utopia, que dentro ou fora te encontravas.
Poeta Camilo Martins
Aqui, hoje, 27.04.2014
07h20min [Manhã]
Estilo: Soneto