CORAÇÃO BALDIO

Eis que você se foi da minha vida,

Deixando-me um vazio arrepiante,

A minha alma nua, tão sofrida,

E o pensamento vago e errante...

Eis que você se foi sem despedida,

Como a fugir tão louca e delirante,

Deixando para trás uma ferida

E um rastro de saudade alucinante.

E, ante a solidão que me devora,

Restou-me a noite fria, sem aurora,

Perdida entre o nada e o vazio...

E assim como os mortos, no abandono

Da morada final, no último sono,

Assim ficou meu coração baldio...

Jorge de Oliveira
Enviado por Jorge de Oliveira em 09/09/2014
Reeditado em 10/09/2014
Código do texto: T4955208
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