Delírios Póstumos

Quando fores morrer, ó bela Bruna,

Em teu escuro e marmóreo túmulo então

Tiveres no aposento o oculto irmão

Um sepulcro ermo e uma vil tribuna.

Quando o seixo premer tua particular fauna

E teus confins sensuais lânguidos perderão

As formas belas da vida no teu coração

E os pedaços forem tragados em carne una.

O túmulo do abandono na próxima cruz

Porque o jazigo sempre há te esconder

Nas noites intermináveis do teu sono.

De que valeu ser a decaída tocha sem luz

Ao término da vida tentar se envolver

Como verme a roer teu corpo no abandono.

Herr Doktor

HERR DOKTOR
Enviado por HERR DOKTOR em 21/05/2007
Reeditado em 13/10/2008
Código do texto: T495127
Copyright © 2007. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.