LIBERDADE!
Oh! flor do céu! oh! flor cândida e pura
No âmago de cada ser floresce
Trazendo consolo, como uma prece,
Aos que bebem o fel da ditadura
Quem te deseja, porém, se esquece
Qual o preço para tal propositura
Provar do amargo para ter a doçura
Duas faces é o que se oferece.
Vem o exemplo do macho da aranha
A natureza ensina e não falha
A vida, pela vida, ele barganha.
Então venha, mesmo com tua mortalha!
Se com a morte a liberdade se ganha,
Perde-se a vida, ganha-se a batalha!
(O primeiro e o último verso são de autoria de Machado
de Assis, lançando o desafio para se completar o soneto)