INEBRIADOS

Para esquecer os infortúnios da vida,

eu me inebrio em vinho na escuridão.

No silêncio, em meio angústia e solidão,

mantenho-me assim como única saída.

De repente, ouvi lamentos de aflição,

e os pesares de uma lágrima vertida

de uma bela moça, apesar de abatida,

encontrava-se em profunda decepção.

Em uma das mãos, um veneno letal

prometia cessar aquela agonia

que a consumia de um jeito desleal...

Logo, ela se aproximou e degustou

um gole de meu vinho com empatia,

surgindo ali o riso que a libertou.

© Ismael Marck em “Desígnios & Desejos”,

3ª edição, 2022 — publicação independente.