Mistério

Nas horas de luz (o coração em silêncio),

em que pesam estrelas dormidas no céu,

quando o ventre da terra evola-se em incenso

vislumbro um rosto – que não é o meu.

Será o da água que lavou o meu olhar?

Ou da prece, que aos céus se elevou?

Eu não sei. Quem sabe seja um reflexo do olhar

de um rosto que amei, que aos céus se doou.

Que sensação é essa, doce, intangível,

quando em total consciência me faço invisível

e caminho por um espaço que não é o meu?

Tenho a bagagem revistada

por um rosto que me sabe a uma longa estrada

e desperto então com saudades de Deus.

(Direitos autorais reservados. Lei 9.610 de 19.02.98)

Lúcia Constantino
Enviado por Lúcia Constantino em 20/05/2007
Reeditado em 03/06/2011
Código do texto: T494579
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