A NOITE
Ó noite, calma noite, ainda persistes
Em me afagar com a brisa os meus cabelos...
Não há porque ficar assim tão triste:
Careces de buscar em mim desvelos?
Se te fitares, céu, tens as estrelas,
E a lua logo vem te visitar;
E as pétalas das flores podes vê-las
E os sons das vagas tens ali no mar.
Não deves te ficar tão deprimida
Com todas as belezas que te faz.
Minha alma a tenho aqui tão dividida,
De nada te careces, nem de paz.
De tudo me careço nesta vida,
Só tenho a brisa fria que me dás.