Mea culpa.
Calculo que não sei mais da metade
Que o dobro do que penso em escrever
E divido o que sobra do meu doer
Pra somar à poesia que me invade.
O papel sempre me faz caridade
Aceita tudo o que tenho em meu dizer
Se aumento ou diminuo, faço crer:
Me resta pouco mais que sanidade!
São meros meios termos sem sentido
Nas rimas que tropeço ou me olvido;
Careço, sim, de um solto pensamento
Pra dosar ilusões em meu momento.
Mas há uma parte de culpa que eu sinto:
N'uns versos sou verdade, n'outros minto.
Josérobertopalácio